O tratamento com implantes dentários é realizado por meio de procedimentos cirúrgicos. Em muitos casos, também existe a necessidade de fazer enxertos gengivais ou ósseos, e todos esses tecidos precisam cicatrizar adequadamente para não sofrerem complicações pós-operatórias. A laserterapia é uma alternativa para alcançar esses objetivos com sucesso.
Essa técnica, também utilizada pela medicina, contribui com o processo de osseointegração e de recuperação do local operado, minimizando sintomas e otimizando os resultados do tratamento. Por isso, complementa o atendimento dos pacientes implantados.
Conversamos com o cirurgião dentista Dr. Maiolino Thomaz Fonseca Oliveira (CROMG: 35.524) para que ele explicasse um pouco mais sobre a laserterapia, como ela funciona, suas vantagens e de que maneira pode ser aplicada na área de implantodontia. Continue lendo para saber mais!
O que é a laseretrapia?
O Dr. Maiolino iniciou explicando que laser é um acrônimo que significa Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation. Ou seja, consiste em uma emissão estimulada de radiação que amplifica a luz.
Assim, o laser é um tipo de radiação eletromagnética não ionizante. A propagação das ondas ocorre na mesma fase em tempo e espaço, então, o seu direcionamento permite concentrar uma alta densidade de energia em alguns pequenos pontos, incidindo exatamente onde se deseja.
Os aparelhos a laser são classificados em dois grandes grupos, de acordo com a sua potência, bem como a ação sobre os tecidos. Os modelos de alta intensidade de energia apresentam um potencial de corte, por isso são, utilizados principalmente em procedimentos cirúrgicos.
Já os lasers de baixa intensidade de energia são aqueles utilizados na odontologia. Apresentam duas formas de aplicação, sendo a luz vermelha, indicada para o tratamento de tecidos superficiais, e a luz infravermelha, que consegue atingir tecidos mais profundos.
Como a laserterapia funciona?
A laserterapia de baixa intensidade é uma técnica simples de ser aplicada, uma vez que não envolve procedimentos invasivos. Requer apenas o equipamento que faça a emissão da luz com comprimento de onda adequado, bem como a utilização de equipamentos de proteção, por exemplo, os óculos, para o profissional e o paciente.
O laser apresenta propriedades biomoduladoras e bioestimuladoras, sendo assim, quando a luz incide sobre o tecido, ela estimula a vascularização do local. Com isso, incentiva processos metabólicos promovendo a ação anti-inflamatória, analgésica e de reparação tecidual.
Além disso, o laser atua sobre a circulação linfática, estimula a proliferação de fibroblastos e o aumento da síntese de colágeno. Portanto, é uma excelente alternativa nos quadros em que há a necessidade ou o desejo de uma cicatrização e reparo com maior qualidade e agilidade, para tratar e conter processos inflamatórios e aliviar dores.
Por essas razões, a técnica tem diversas aplicações clínicas na odontologia. Algumas recomendações terapêuticas apontadas pelo Dr. Maiolino são:
- dessensibilização na dentística e prótese;
- melhora dos processos inflamatórios da endodontia;
- otimização do reparo em pacientes oncológicos;
- reparos de feridas cirúrgicas;
- otimização do processo de osseointegração;
- incorporação de enxertos de tecidos mole e duro.
No entanto, é preciso um cuidado especial na hora de aplicar a laserterapia, sendo importante evitá-la logo após a cirurgia. De acordo com o Dr. Maiolino, sua aplicação nas primeiras 48 horas aumenta o risco de sangramentos em procedimentos maiores, por estimular a vascularização. Naqueles pequenos, com pouco risco de sangramento, é possível iniciá-la um dia após a cirurgia.
Quais são as vantagens da laserterapia?
As indicações da laserterapia são amplas em função dos benefícios que oferece para os pacientes tratados por diferentes áreas médicas, além da odontologia. O laser de baixa intensidade não só recupera tecidos operados como também trata pessoas com feridas de difícil cicatrização como os grandes queimados, conforme explicou o Dr. Maiolino.
Além disso, é indicada para diabéticos com neuropatias, pacientes com dor crônica, cardiopatias, entre muitos outros casos. As vantagens desse procedimento se estendem um pouco mais, em especial quando se trata do tratamento com implantes dentários. O especialista explica que a indicação dessa técnica também oferece a oportunidade de manter um acompanhamento mais próximo na fase pós-operatória.
Dessa forma, é possível zelar por esse paciente no momento em que, muitas vezes, ele está mais fragilizado. Ademais, o especialista pode fazer inspeções, a fim de identificar eventuais complicações que possam surgir nos primeiros dias, o que, consequentemente, promove um atendimento diferenciado e uma boa relação, aumentando a satisfação do paciente.
Por isso, a laserterapia é vantajosa em função de:
- complementar alguns tratamentos médicos e odontológicos;
- favorecer a recuperação após procedimentos;
- trazer mais conforto para o paciente;
- melhorar os resultados;
- valorizar o trabalho do profissional.
Como a laserterapia é usada na recuperação de implantes?
Conforme explicamos, algumas recomendações terapêuticas da laserterapia são para o reparo de feridas cirúrgicas, para contribuir com o processo de osseointegração e a incorporação de enxertos. Sendo assim, ela apresenta ampla eficácia nos procedimentos com implante dentário.
O Dr. Maiolino explica que a luz vermelha é utilizado em pacientes tratados com implantes para fazer o reparo das camadas mais superficiais da ferida cirúrgica. Desse modo, a cicatrização acontece mais rápido porque o aumento da vascularização exige uma maior demanda de oxigênio na região operada.
O processo de osseointegração é favorecido por meio da aplicação da luz infravermelha que, como explicamos, atinge tecidos mais profundos. Todos podem ser beneficiados com essa terapia, mas principalmente os pacientes que têm o metabolismo ósseo comprometido, seja em função de doenças sistêmicas ou pela idade avançada, como explicou o especialista.
Ainda de acordo com ele, “a grande vantagem do uso da laserterapia na implantodontia é a possibilidade de otimizar os nossos resultados, tornando-os mais previsíveis”. Ou seja, há uma redução do risco de complicações, favorecendo a recuperação do paciente e o sucesso do tratamento.
Além de tudo isso, a utilização do laser após o implante dentário minimiza possíveis sintomas e desconfortos que o paciente possa experimentar. Afinal, há uma redução do processo inflamatório, da dor e dos edemas, fazendo o pós-operatório ser bem mais tranquilo.
A fase pós-operatória do implante dentário é um momento que exige muito cuidado para que não ocorram complicações que levem ao insucesso do tratamento. A laserterapia é uma grande aliada para favorecer a recuperação do paciente, garantindo que ele tenha mais conforto e que os resultados alcançados sejam melhores.
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