Temas Técnicos

Enxertos ósseos na Implantodontia: um tema pertinente!

Enxertos ósseos na Implantodontia: um tema pertinente!

A gente sabe que antes de erguer as paredes e o telhado de uma casa, é preciso avaliar a qualidade do solo para fazer a fundação e lançar os alicerces para suportar toda a construção, não é mesmo? Então, aplicando esse mesmo raciocínio ao universo da Implantodontia, é importante dizer que, na fase que antecede a instalação do implante, o dentista estuda com exatidão e cuidado a área onde ele será fixado. 

Uma das principais perguntas a serem respondidas é: existe tecido ósseo suficiente para colocar aquele implante com segurança?

Então, vamos lá: suponha que o volume ou a densidade não atendam  as necessidades. Quando isso acontece, o osso pode ser reconstruído por meio de enxertos, que desempenham um papel fundamental na reabilitação oral.

Para conhecer melhor este assunto, ouvimos o Dr. Fabio Azevedo, especialista em Implantodontia e consultor do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da S.I.N. Implant System.

Quando o enxerto é indicado?

Sempre que for necessário reconstruir regiões com escassez de tecido ósseo. Às vezes o osso não tem altura suficiente; outras vezes não tem a densidade adequada. Também há situações em que falta parede para estabilizar o implante.

Pense numa caixa de papelão com quatro paredes. Com duas a caixa ainda se mantém em pé. Mas se ficar com apenas uma, dificilmente ela consegue parar no lugar. O enxerto permite recuperar as paredes que estão faltando.

Ele também é recomendado em áreas estéticas onde há perda de tecido duro para ter ganho de volume. Afinal, a gengiva é como um tapete: se for colocado em cima de um buraco, ele vai acompanhar aquela concavidade. Então será preciso reconstruir o tecido duro e, se necessário, complementar utilizando técnicas para recompor o tecido mole.

Quais as causas de perda de tecido ósseo?

As principais são perda de dente – o organismo entende que não há mais necessidade de dar suporte para o dente – e periodontite, inflamação dos tecidos ao redor do dente que pode levar à destruição dessa área.

O tipo de  defeito ósseo, a localização e a quantidade de osso a ser reposta são alguns dos parâmetros técnicos que vão guiar a tomada de decisão quanto à realização do enxerto.

É verdade que existem vários tipos de enxertos?

Sim. Todos eles têm suas indicações, por isso a escolha do material a ser utilizado depende de cada caso, tendo em vista as condições do paciente.

O enxerto autógeno é removido do próprio paciente, em geral de uma região intrabucal, como o queixo ou a parte posterior da mandíbula. Se a perda óssea for muito extensa, o tecido pode ser extraído de outras áreas do corpo, como a bacia (osso ilíaco), a perna (tíbia) ou ainda a calota craniana, então o procedimento deve ser feito em hospital.

A vantagem do tecido autógeno é a sua maior capacidade de formar osso; a desvantagem é que pode acabar sendo reabsorvido de forma mais rápida.

O enxerto xenógeno ou heterógeno é aquele em que o tecido ósseo vem de outra espécie, em geral bovina ou suína. O osso dos animais é descontaminado e processado para restar apenas a matriz óssea, a parte mineral do tecido.

Existe, ainda, o enxerto aloplástico, feito de materiais inertes de origem sintética ou inorgânica, como minerais, às vezes cerâmica.

E, finalmente, há o enxerto alógeno, originário de indivíduos da mesma espécie, no caso, de tecidos doados por seres humanos, depositados em bancos de ossos.

Também é possível optar por um enxerto misto, utilizando, por exemplo, uma mistura de osso autógeno com alógeno ou de origem sintética. Há diversas técnicas para associar materiais, permitindo extrair o melhor de cada um.

Que exames são solicitados antes do procedimento?

O enxerto é realizado durante uma pequena cirurgia que descontamina o local e introduz o material que estimulará a formação de novo osso.

Antes da cirurgia, o dentista costuma solicitar uma tomografia dentária. Também pode pedir exames sanguíneos, de hemograma (para checar como estão as células do sangue, em especial os glóbulos brancos, encarregados da defesa, e as plaquetas, que auxiliam na cicatrização) à dosagem de glicemia (para diagnóstico de diabetes).

Além destes, casos delicados podem requerer exames adicionais. Dentre os pacientes que requerem uma análise mais criteriosa estão fumantes, os que apresentam distúrbio metabólico ósseo ou desenvolveram tais doenças em decorrência de tratamento de quimioterapia e ainda quem está com diabetes descompensada.

Que cuidados devem ser tomados após o enxerto?

Os mesmos recomendados após cirurgias odontológicas. Fazer compressa com gelo ou bolsa térmica gelada, nas primeiras 24 horas, ajuda a reduzir e a prevenir o inchaço. Neste período inicial também é importante seguir uma dieta mais líquida e fria. E, ainda, vale a pena fazer repouso, sempre que possível, nos primeiros três dias.

E tem mais: é importante evitar exposição ao sol e ao calor e não forçar a área (inclusive com a língua), para evitar o risco de abrir os pontos.

A lista de cuidados também inclui manter o local limpo, fazendo a higiene com cuidado, conforme orientação do cirurgião-dentista, e, ainda, evitar esforço físico, afastando o risco de expor a região tratada a traumas por pressão.

Quanto tempo demora para saber se deu resultado?

De modo geral, entre o quinto e o sexto mês, após a cirurgia de colocação do enxerto, o dentista pode avaliar, por meio de tomografia dentária, se houve maturação do tecido, se a densidade melhorou (o osso fica parecendo mais concreto) e, aí, sim, é possível passar para o próximo passo, que é fixar o implante.

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